Alpes Literários

Alpes Literários

Subtítulo

UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Belém do Pará - Rumo à Idade das Trevas

Os quadros abaixo, resultantes de pesquisa levada a efeito pelo “Instituto Trata Brasil - ITB”, para o ano-base de 2010, foram trazidos a público pelo site da “Folha de São Paulo”, em fins da semana passada, e revelam, sem meias tintas, a situação deplorável de desgoverno em que Belém do Pará está submersa, de sorte a posicioná-la sempre entre as menos aquinhoadas capitais brasileiras: uma cidade suja – com o contributo determinante de seus mal-educados residentes e de seu governo municipal inepto –, pichada, mal-iluminada, cheia de buracos nas ruas, com calçadas desniveladas ou inexistentes, saneamento urbano precário e transporte caótico.

Ou seja: serão necessários muitos decênios, quiçá centúrias, para que, aquela que um dia foi uma das mais bonitas cidades do norte e nordeste do país, volte aos seus melhores tempos, com qualidade de vida capaz de fornecer o mínimo de bem-estar aos seus moradores.

P.s.: IBEU - Índice de Bem-Estar Urbano.

RESULTADOS DA PESQUISA







J.A.R./H.C.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Fome - Knut Hamsun




HAMSUN, Kunt. Fome. Tradução de Adelina Fernandes. Belo Horizonte: Itatiaia, 2004. (Coleção Excelsior, Vol. 10).

Da autoria do escritor norueguês Kunt Hamsun, o romance “Fome”, publicado em 1890, foi uma de minhas leituras recentes e, sobre ele, teço a seguir alguns breves comentários.

Sumário:

“Passou-se isto no tempo em que eu perambulava faminto por Cristânia, essa cidade singular de onde ninguém sai sem levar consigo os traços de sua estada por lá...”.

Tal é a nota preambular da obra sob análise: vê-se aí o nome anterior atribuído à atual capital da Noruega, Oslo, onde se passa a narrativa, plena em descrições dos efeitos da carência alimentar sobre o equilíbrio do psiquismo e da mente do escritor-protagonista, que aparece no texto em primeira pessoa, sem que seja identificado nominalmente.

Ambientado em fins do século XIX, nomeadamente no trânsito entre as estações do outono para o inverno, “Fome” retrata as condições míseras do quotidiano do autor, a ganhar a vida escrevendo artigos e contos para jornais, circunstância que sugere a ocorrência de elementos autobiográficos a compor a trama da novela.

Um homem jovem, de vinte e poucos anos, mesmo ao passar por experiências constrangedoras e humilhantes, busca a todo custo manter a dignidade: a opressão da fome raras vezes supera-lhe a propensão a manter o bom humor.

Repetidas vezes o personagem sugere que a intensa inércia para a produção de escritos sobrevém-lhe como resultado de estados psíquicos alterados pelo efeito da desnutrição. Decaem-lhe as condições social, mental e física, neste último caso, a provocar-lhe alterações perceptíveis no corpo, como a queda de cabelos aos tufos.

Sob esse pano de fundo, transcorrem inúmeros episódios, desenvolvidos nas quatro partes que compõem o livro. Num desses episódios, o faminto passa a noite em uma cela de prisão, passando-se por um bem informado jornalista que perdeu as chaves de seu apartamento. Em outro, conhece Ilayali, uma jovem com quem se envolve, com algum grau de intimidade física. Noutro, ainda, viu-se admoestado e repelido pela anfitriã da pousada em que se encontrava, tudo por não cumprir com suas dívidas, tendo que dormir no chão da cozinha, ante os contratempos gerados pela jogatina do marido e o banzé de seus dois filhos.

Incapaz de se estabelecer profissionalmente, seja por debilidade de propósitos seja pelos efeitos devastadores da carência, o protagonista se prende ao subterfúgio recorrente de prometer saldar os seus débitos, assim que terminar alguns trabalhos que prometem lhe resgatar do infortúnio em que está submerso. Contudo, isso jamais ocorre.

Ao fim, em passeio pelo porto da cidade, aceita um trabalho braçal em Leeds, Inglaterra, onde se fará um carregamento de carvão para Cadiz, na Espanha. Embarca então no elegante vapor de bandeira russa, o Coperogo, para um destino que lhe exigirá esforço talvez muito superior ao de natureza intelectual, a que, até então, estivera exposto.

“No fiorde, arrastei-me uma vez mais, suado, febril e exausto. Avistei a terra e despedi-me pelo presente da cidade, de Cristânia, onde as janelas brilhavam tão intensamente em todas as casas”.

Avaliação:

Inicio com um excerto de autoria de Reynaldo Damazio, em análise ao relançamento da obra em apreço pela Geração Editorial, com tradução de Carlos Drummond de Andrade (Guia da Folha – Livros, Discos, Filmes – 25.9.2009. p. 14.):

“Vagabundagem orgulhosa, crise de perspectivas, caminho à beira da exclusão social e persistência no projeto de tornar-se escritor dão ao personagem de ‘Fome’ as características do anti-herói moderno, no enfrentamento da sociedade e de suas convenções. Se esse tipo de rebeldia parece datado, é preciso avaliar onde a utopia se perdeu”.

Para além de todas as possibilidades de interpretação de uma obra – tema muito bem abordado por Umberto Eco em “Interpretação e Superinterpretação” –, julgo que haja certa exacerbação na avaliação do jornalista da F.S.P., no que tange a atribuir ao protagonista do romance – e, em última instância, ao seu autor –, a intenção de confrontar a sociedade e suas convenções.

Aliás, não são tão nítidos os sentimentos antagônicos do protagonista em relação à sociedade. Em certas passagens chega a atribuir os seus contratempos ao destino ou à vontade divina. Veja-se:

“A ideia de Deus voltava a inquietar-me. Parecia-me de uma cruel irresponsabilidade que Ele se interpusesse no meu caminho, sempre que eu pretendia uma colocação, para impedir a realização das minhas melhores esperanças. E, contudo, Senhor meu Deus, era apenas o pão nosso de cada dia o que eu implorava!”.

Ou seja: há mais matizes aristotélicos do que marxistas neste enredo de Hamsun. E, por conseguinte, abordagens naturalísticas fazem o texto se aproximar bem mais de certas linhas de argumentação de um Zola do que, propriamente, de um Orwell.

E mais: como não associar os transtornos psicóticos de Raskólnikov, em “Crime e Castigo”, aos do personagem de “Fome”, muito embora tenham origens bastante distintas? É o tratamento psicológico deferido às figuras maiores de ambos os romances que faz o ambiente das respectivas histórias convergir para o cinzento e o circunspecto...

Comparações à parte, a obra de Hamsun tem brilho próprio, por sua escrita fluente e imaginosa, submersa em atmosfera de pesadelo, sem definhar na autopiedade. Por isso mesmo, o norueguês foi merecedor de um Nobel: o de 1920.

H.C./J.A.R.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Modelo Esotérico-Matemático (MEM) - 15ª Rodada do Brasileirão 2013

Prezado(a)s Amigo(a)s do Futebol,

1. Vai aqui nova projeção para a classificação final do Brasileirão 2013, considerando as últimas dez partidas, com a posição na 15ª rodada, ontem finda:

MEM - HISTÓRICO DE PROJEÇÕES P/ CLASSIFICAÇÃO FINAL
Ordem
P.R.
10ª R.
P.R.
15ª R.
1
9
Corinthians
4
Corinthians
2
1
Botafogo
2
Cruzeiro
3
4
Cruzeiro
1
Botafogo
4
2
Coritiba
15
Santos
5
3
Bahia
5
Atlético-PR
6
7
Grêmio
3
Grêmio
7
6
Vitória
9
Goiás
8
5
Internacional
6
Coritiba
9
13
Santos
8
Internacional
10
10
Atlético-PR
12
Flamengo
11
11
Goiás
10
Bahia
12
12
Fluminense
7
Vitória
13
8
Vasco
11
Vasco
14
17
Flamengo
16
Ponte Preta
15
18
São Paulo
13
Fluminense
16
15
Ponte Preta
14
Atlético-MG
17
14
Criciúma
17
Criciúma
18
16
Atlético-MG
18
Portuguesa
19
19
Portuguesa
19
São Paulo
20
20
Náutico
20
Náutico
P.R. => Posição Real na Tabela
Nota: Projeção considerando os dez últimos jogos realizados por cada equipe.

2. Como se observa, o Cruzeiro passou a obter a preferência pelo vice, ao superar o Botafogo, com o Corinthians a permanecer em primeiro.

3. Na parte de baixo da tabela, o São Paulo tomou o lugar que, antes, era do Galo.

4. Logo, o Modelo Esotérico-Matemático não está nem aí para as projeções de alguns teóricos (rs), a afirmarem que o Tricolor está num “processo de retomada”. Se retomada houve, terá sido uma retomada de afundamento na areia movediça, rumo às águas densas da Segundona...

5. Quanto às projeções probabilísticas, para o título, Libertadores e rebaixamento, apresento-as a seguir: observem bem como o “Chance de Gol” oferece números muito discrepantes da galera da UFMG. Tudo isso é porque o “site” considera um histórico de jogos que se expande até um ano atrás do momento atual! Pergunta-se: será que o ocorrido a um time um ano atrás tem o poder de determinar o que anda acontecendo em campo, hoje, com esse mesmo time?! Sei não...

PROBABILIDADES DE SER CAMPEÃO BRASILEIRO EM 2013 - VÁRIOS "SITES"
Posição
Clubes
UFMG - Estatística
Chance de Gol
Infobola
Média
P.R.
Times
Prob. Campeão (%)
Prob. Campeão (%)
Prob. Campeão (%)
Camp.
1
Botafogo
21,90
18,90
32,00
24,27
2
Cruzeiro
19,30
72,00
23,00
38,10
4
Corinthians
11,10
6,60
10,00
9,23
3
Grêmio
10,20
0,90
10,00
7,03
5
Atlético-PR
7,70
0,30
8,00
5,33
Nota - Após 15ª Rodada.

PROBABILIDADES DE PARTICIPAR DA LIBERTADORES EM 2013 - VÁRIOS "SITES"
Posição
Clubes
UFMG - Estatística
Chance de Gol
Infobola
Média
P.R.
Times
Prob. Libert. (%)
Prob. Libert. (%)
Prob. Libert. (%)
Lib.
1
Botafogo
59,50
91,60

75,55
2
Cruzeiro
56,10
99,30

77,70
4
Corinthians
41,90
79,20

60,55
3
Grêmio
40,00
38,40

39,20
5
Atlético-PR
33,60
17,60

25,60
Nota - Após 15ª Rodada.

PROBABILIDADES DE REBAIXAMENTO - VÁRIOS "SITES"
Posição
Clubes
UFMG - Estatística
Chance de Gol
Infobola
Média
P.R.
Times
Prob. Reb. (%)
Prob. Reb. (%)
Prob. Reb. (%)
Reb.
20
Náutico
66,10
94,90

80,50
19
São Paulo
53,20
38,50

45,85
17
Criciúma
49,90
51,20

50,55
18
Portuguesa
49,70
59,90

54,80
16
Ponte Preta
31,10
44,10

37,60
Nota - Após 15ª Rodada.

6. O Santos e o Atlético-PR foram os times que mais subiram na projeção mais recente, vale dizer, 5 posições. Importante observar que o Santos ainda tem 2 jogos a mais a fazer do que os demais times (a exemplo do Náutico). Além disso, nas últimas dez rodadas, teve a segunda melhor defesa, ao tomar 6 gols (a melhor, a do Corinthians, levou apenas 3 gols). Já a do Botafogo, levou 12 gols, e a do Cruzeiro, 8 gols. Isso tudo explica, em boa medida, a classificação que se apresenta ao final desta 15ª rodada.

7. Já o time do Bahia precisa se espertar: foi o que mais caiu no período, ou seja, 6 posições. Essa barca começou a fazer água (rs)...

8. Um grande abraço a todo(a)s e até a 20ª Rodada.

H.C. – J.A.R.